segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Retrato da Parede

Não sei se vou conseguir esquecer essa garota que apareceu de repente em minha vida, que fez algumas horas parecerem eternas, e serão para sempre eternas, porque nunca as esquecerei.
Eu estava chegando de um show no Canecão, pois como todos sabem, sou cantora, moro no Leblon. Acabei de chegar em casa, estava chovendo tão forte que nem cachorro tinha na rua, vi uma garota que me olhava fixamente, expressões fortes, olhos verdes perturbados, nariz pequeno e arrebitado, boca delicada que fiquei a admirar.

“Posso entrar?” ela perguntou. Não sei o que deu em mim, mas eu respondi que sim, ao ouvir a resposta deu meio sorriso e pegou no meu braço, fiquei atônita, mas entramos quase que abraçadas. Logo que entrou sentou-se no sofá e tratou de tirar seu casaco que chegava quase aos joelhos. Era linda. Sob o tal casaco escondia-se uma pele branca como papel, com um leve rosado de sua ruivisse, usava um vestido preto bem menor que o casaco que deixava transparecer a beleza de suas coxas róseas, o decote não ficava por menos, alças finas, dava até para imaginar como eram seus seios, e toda essa beleza estava encharcada. Tratei logo de buscar uma toalha e preparar um chá quente, não sabia o que estava acontecendo comigo, tinha uma estranha na minha sala e eu estava a ponto de me apaixonar.

Voltei para a sala e levei um susto, a tal garota pintou um rosto na parede, não parecia com o meu nem com o dela, era um rosto triste, calado a força, esse rosto me fez chorar, me perturbou, e ela, criadora do meu choro, veio abraçar-me, beijar-me, senti a força de sua boca em minha boca, depois do beijo, longo beijo, chorei com mais força, não sei porque, não via mais o rosto da parede e nem o vão de sua lembrança. Desabotoou-me a blusa, calça, vestido preto e o resto nos despiram.

Senti seu corpo quente, sua respiração ofegante, seus gemidos, caídas no chão viramos do avesso, nos amamos como se o mundo fosse acabar naquele instante.

A chuva parou e começou a amanhecer. E ela se vestiu, seu vestido preto cobriu o corpo e o casaco a escondeu novamente, não tinha reparado, mas uma ela trouxe uma bolsa grande que deixou na mesa de canto, prendeu seus cabelos ruivos cacheados, deu-me seu último beijo, mais longo que o primeiro, apertei-a em meu corpo e soltou um leve gemido sofrido. “Eu te amo” disse, e foi-se embora.

Olhei sua bolsa, havia três livros da mesma autora. A última página tinha sua foto. Chorei. Chorei porque a deixei entrar e sair da minha vida com a mesma facilidade com que se tira doce de criança. Li seus livros com intenção de conhecê-la. Era amorosa, sonhadora, cativante, mas foi embora. Ficaram apenas seus sentimentos escritos, seus gemidos, seu cheiro e o rosto da parede que agora chora.

Texto enviado por uma das nossas amigas!
Obrigada pela participação, gente!
Equipe

2 comentários:

  1. achei bonitinho 8D
    mas de curiosidade, é baseado em fatos reais ou é só um conto?
    bjs :*

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